Edwin Gordon e o paradigma da Aptidão Musical I

A Teoria da Aprendizagem Musical (TAM) criada por Edwin Gordon (discípulo de Carl Seashore, pai dos testes de aptidão), está alicerçada no paradigma da aptidão ou talento musical, onde se atribui um papel relevante à propensão genética para a aquisição de competências musicais.

Mesmo admitindo, tal como Gordon defende, que durante o período que vai desde o momento em que o feto passa a ouvir ainda no útero da sua mãe, até aos 9 anos de idade, a aptidão musical individual pode aumentar consoante o tipo e o grau de orientação informal e instrução formal que é recebida, este paradigma apresenta dois grandes problemas.

Primeiro, à imagem do que aconteceu com os testes de medição da inteligência humana (QI), que se baseavam num paradigma similar do defendido por Gordon, os testes que estão na base de sustentação da TAM não levaram em conta um factor crucial na aprendizagem, a motivação. Se a aptidão musical é determinada largamente pela propensão genética, todas as teorias da motivação que demonstram o papel relevante que o auto-conceito de eficácia na aprendizagem tem na aquisição e desenvolvimento de competências estão obviamente erradas.

Em segundo lugar, assumir que a aptidão musical está totalmente centrada em competências auditivas passivas (ser capaz de discriminar auditivamente sons ou padrões como acontece nos testes de Gordon), onde não se requer dos alunos qualquer tipo de intervenção/interacção musical, não só está completamente afastado da realidade onde o 'ser capaz de fazer' é a essência da actividade musical, como privilegia o resultado em deterimento do processo de aprendizagem.

O Ensino Especializado de Música na Madeira

Numa altura em que se discutem os contornos das 'reformas' ao nível do Ensino Especializado em Portugal, saiu recentemente uma notícia acerca da posição assumida pelo Governo Regional da Madeira.

Para ler a notícia, basta carregar no link.

Propostas para o Ensino Especializado - (Abril 2007)

Por ocasião dos debates sobre o ensino especializado, foi subscrito um documento por aproximadamente 60 escolas de música (ensino secundário e superior) contendo uma posição sobre o documento de trabalho produzido pelo Ministério da Educação com propostas para reorganização do ensino especializado.

Para quem está a acompanhar com atenção estes acontecimentos recentes relativos ao ensino especializado, talvez ache interessante ler. Basta carregar no link.

Treino Mental

O treino mental é uma actividade que contribui para "melhorar a performance da nossa mente" (Margarida F. Santos).

Visto que as actividades de performance e ensino são muito exigentes em termos mentais, músicos e professores são aconselhados a dedicar tempo de forma regular ao treino mental.

Também os alunos de música, sobretudo os que aprendem em escolas de ensino especializado, seriam beneficiados de adicionar momentos de treino mental à sua prática instrumental. Um estudo citado por Sloboda & Davidson (1996) salientou os benefícios desta conjugação para a aprendizagem musical.

Se quiser saber de cursos relacionados com Treino Mental para músicos e professores de música, aqui fica o link.


Sloboda, J. A. & Davidson, J. (1996) The young performing musician. In Deliège, I. & Sloboda, J. A. (Eds.) Musical Beginings, New York: Oxford University Press