sexta-feira, maio 30, 2008

Forte atracção pelo instrumento

Um dos factores de sucesso na aprendizagem é o grau de atracção que a criança sente pelo instrumento que está a tocar (Kemp & Mills, 2002).

As crianças que ‘adoram’ o seu instrumento, tendem a gastar mais tempo a estudar, tendem a estabelecer objectivos pessoais relacionados com o instrumento e a desenvolver motivação intrínseca mais cedo.

As crianças a quem falta esta relação de atracção com o instrumento sentem muito mais dificuldades em lidar com uma aula que correu mal, com um problema técnico que não consegue superar, e tendem a estudar apenas o necessário (e às vezes nem isso). Para estas crianças, o instrumento não é mais que um objecto estranho.

É por esta razão que deveriam ser as crianças a escolher o instrumento que vão aprender (uma escolha consciente baseada no conhecimento prático das várias opções) e não fazer depender o processo de selecção da vontade dos pais ou do interesse da escola



Kemp, A. & Mills, J. (2002) Musical Potential. In McPherson, G.E. & Parncutt, R. (Eds) The Science and Psychology of Music Performance. New York: Oxford University Press

terça-feira, maio 20, 2008

Acção de Formação - Motivação na Aprendizagem Musical

Acção de Formação a realizar-se nos próximos dias 17, 18 e 19 de Julho na Escola de Música de Perosinho (V.N. Gaia), dirigido professores do Ensino Especializado de Música.

Objectivos:
  • Discutir o papel da Motivação na Aprendizagem Musical
  • Discutir a importância da aquisição de competências Meta-cognitivas para a aprendizagem instrumental
  • Discutir o papel dos professores na aquisição destas competências e no desenolvimento de Motivação Intrínseca.



Para informações sobre outros seminários e acções de formação contacte pelo email consultor.pedagogia@sapo.pt

Testes de Aptidão - Seashore

Carl Seashore criou, no ano de 1919, aquela que foi a primeira bateria de testes destinada a medir capacidades musicais (Seashore Measures of Musical Talents). Seashore achava que a aptidão musical se podia resumir na discriminação auditiva de fenómenos sonoros e/ou de elementos musicais.

Seashore achava também que as capacidade de reconhecimento auditivo era determinada geneticamente, portanto o resultado de um teste corresponderia a uma aptidão fixa da pessoa testada. Caso viesse a realizar o teste em outras ocasiões, a pessoa teria sempre o mesmo resultado. Para Seashore, os seus testes eram válidos para o propósito de medir aptidão musical.

A bateria de testes estava divida em 6 secções:

  1. Altura de Som (notas)

· O aluno tinha de indicar se a segunda nota (em 50 pares de notas) era mais aguda do que a primeira (sempre 500Hz = Si ligeiramente alto). A diferença de altura entre a primeira e as segundas abrangia um intervalo de 17Hz (aproximadamente ½ tom) a 2Hz (pouco mais que um ‘coma’[1])

  1. Intensidade

· O aluno tinha de indicar se a segunda nota (em 50 pares de notas) era mais forte ou mais piano que a primeira. A diferença de intensidade entre as notas (tons puros) variava entre 4 e 0,5 decibeis.

  1. Ritmo

· O aluno tinha de indicar se o segundo padrão rítmico (em 30 pares) era igual ou diferente do primeiro. Os padrões incluíam células com 5 a 7 ataques possíveis de enquadrar nos compassos 2/4, 3/4 e 4/4.

  1. Tempo

· O aluno tinha de indicar se o segundo som (em 50 pares de sons) era mais longo ou mais curto que o primeiro (com aduração de 0.8”). A duração dos segundos sons variava entre 0.30” e 0.05”.

  1. Timbre

· O aluno tinha de indicar se o segundo som compelxo (mistura de frequências em 50 pares) era igual ou diferente do primeiro. A diferença entre sons complexos era obtida pela manipulação do 3º e 4º parciais.

6. Memória Tonal

· O aluno tinha de indicar se o segundo padrão melódico (em 10 pares) era igual ou diferente do primeiro. Os padrões melódicos produzidos por um orgão electrónico incluiam 3, 4 ou 5 notas. A diferença entre o par de padrões era obtida por variar apenas uma das notas.

Tal como os testes de Gordon, também os testes de Seashore não são adequados para seleccionar alunos para a entrada em escolas de ensino especializado, visto que valorizam apenas capacidades musicais inatas, e não levam em conta os processos de aprendizagem e a capacidade de um aluno desenvolver competências musicais. Para Seashore se um aluno não consegue obter uma boa nota na sua bateria de testes isso é revelador da ausência de aptidão inata para aprender música.

O paradigma não leva em conta factores que condicionam a aprendizagem musical, aliás, vitais para o sucesso na aprendizagem. Estes factores incluem: a capacidade para superar dificuldades de aprendizagem, a capacidade para persistir num trabalho acima de tudo ‘repetitivo’, a capacidade para organizar os processos de estudo, a capacidade para manter-se atento durante longos períodos, a capacidade para estabelecer metas de aprendizagem (curto, médio e longo prazo), percepcção de auto-eficácia em relação às actividades musicais, entre outros.




[1] O intervalo de 1 tom compreende os intervalos de 9 comas. Portanto no sistema igualmente temperado ao intervalo de 1/2 tom corresponde ao intervalo de 4 e 1/2 comas.

sexta-feira, maio 02, 2008

Acção de Formação - Provas de Admissão no Ensino Especializado

Acção de Formação a realizar-se nos próximos dias 15, 16 e 17 de Maio no Conservatório de Música de Ponta Delgada (S. Miguel/Açores), dirigido exclusivamente para o grupo de professores que integram a equipa designada para elaborar as provas de admissão ao Conservatório para o ano lectivo 2008/09.

Objectivos:
  • Apresentar e discutir a selecção de alunos no ensino especializado
  • Apresentar e discutir as vantagens e os problemas do uso das baterias de testes de Seashore, Wing, Bentley, Gordon e Colwell, na selecção de alunos para as escolas de ensino especializado de música
  • Ajudar os professores a elaborar provas de admissão adequadas às necessidades específicas da escola, e de modo a garantir que são admitidos alunos com elevado potencial de aprendizagem.



Para informações sobre outros seminários e acções de formação contacte pelo email consultor.pedagogia@sapo.pt

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