A questão da universalidade da música pode ser vista por dois prismas.
Em determinados grupos associados à etnomusicologia permanece uma perspectiva "romântica" generalizada de que toda a música tem propriedades idênticas, e que essas propriedades são independes da influência cultural. Essa perspectiva atinge um certo dramatismo quando se afirma que a mera exposição à música do mundo pode permitir uma harmonia cultural e uma compreensão multicultural. A aceitação deste fenómeno humano baseia-se na assunção de que existem propriedades composicionais comuns em todas as culturas musicais (Campbell, 1997). Nesta perspectiva, a música seria a melhor forma de se ultrapassarem as fronteiras culturais e difundir ideias (Gregory, 1997).
Do outro lado da questão em debate, há quem defenda que a universalidade da música não resulta da análise das suas estruturas implícitas, mas sim da propensão humana para a música – uma predisposição física e biológica do homem para a performance musical (Blacking, 1973). Daí surge o argumento de que haverá uma propensão para a aprendizagem da 'linguagem universal da música', tal como existe para a aprendizagem da língual materna, visto que activam estruturas intelectuais e processos cognitivos semelhantes (Chomsky, 1968).
Marisa Raposo - Aluna do Curso de Formação Musical da Escola Superior de Música de Lisboa (Excerto da Monografia 'Música do Mundo na Iniciação Musical do Ensino Especializado', Maio 2008)Em determinados grupos associados à etnomusicologia permanece uma perspectiva "romântica" generalizada de que toda a música tem propriedades idênticas, e que essas propriedades são independes da influência cultural. Essa perspectiva atinge um certo dramatismo quando se afirma que a mera exposição à música do mundo pode permitir uma harmonia cultural e uma compreensão multicultural. A aceitação deste fenómeno humano baseia-se na assunção de que existem propriedades composicionais comuns em todas as culturas musicais (Campbell, 1997). Nesta perspectiva, a música seria a melhor forma de se ultrapassarem as fronteiras culturais e difundir ideias (Gregory, 1997).
Do outro lado da questão em debate, há quem defenda que a universalidade da música não resulta da análise das suas estruturas implícitas, mas sim da propensão humana para a música – uma predisposição física e biológica do homem para a performance musical (Blacking, 1973). Daí surge o argumento de que haverá uma propensão para a aprendizagem da 'linguagem universal da música', tal como existe para a aprendizagem da língual materna, visto que activam estruturas intelectuais e processos cognitivos semelhantes (Chomsky, 1968).
Bibliografia Usada
Blacking, J. (1973) How musical is man?, Seattle, University of Washington Press
Campbell, P. S. (1997) Music, the universal language: fact or fallacy?, International Journal of Music Education, 29(1), 32 – 39
Gregory, A. H. (1997) The roles of music in society: the ethnomusicological perspective, in Hargreaves, David & North, Adrian (Eds.) The Social Psychology of Music, New York, Oxford University Press
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