quinta-feira, maio 18, 2006

Expressividade

É comum pensar-se que as crianças ou os alunos só conseguem tocar de forma expressiva se houver neles alguma propensão genética para a 'musicalidade' (que é um conceito vago, ambíguo e para o qual reservaremos um post específico mais à frente). Nesta perspectiva, nada (ou muito pouco) do que o professor fizer vai influenciar o desenvolvimento destas competências.

Contudo, há estudos recentes ao nível da Psicologia da Música, um dos quais coordenados pelo investigador Eric Clarke (University of Sheffield), que permitem determinar qual a composição da expressividade, ou definir em termos objectivos e práticos o que são as competências expressivas (Clarke, 1995).

A conclusão desse estudo, que permite transformar um ficheiro midi (completamente inexpressivo) numa interpretação musical ao nível de um pianista de concerto, ajuda-nos a perceber que a expressividade não é um enigma ou um mistério impossível de determinar e por consequência impossível de ensinar, como muitos professores querem fazer crer.

Ao invés, a expressividade não só é observável, mensurável como é possível definir e estruturar os elementos que a compõem. Assim sendo, esse conhecimento pode ser aprendido e deve ser ensinado. Não é fruto do acaso genético.

Clarke, E. (1995) Expression in performance: generativity, perception and semiosis. In Rink, J. (Ed.), The Practice of Performance - Studies in Musical Interretation. New York: Cambridge University Press

http://www.shef.ac.uk/music/staff/academic/eric-clarke/research.html
http://www.shef.ac.uk/music/staff/academic/eric-clarke/publications.html
http://www.charm.rhul.ac.uk/content/staff/ec.html
http://www.personal.leeds.ac.uk/~muswlw/pubs/lwperf2.html
http://www.cup.cam.ac.uk/us/catalogue/catalogue.asp?isbn=0521619394

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