quinta-feira, março 20, 2008

Edwin Gordon - Testes de Aptidão

São os testes de aptidão desenvolvidos e testados por Gordon adequados para se elaborarem provas de admissão a escolas do ensino especializado?

A resposta clara e inequívoca é: NÃO.

As razões principais estão apresentadas nos últimos dois posts. O paradigma em que assentam os testes não é adequado visto que não leva em conta factores essenciais para o processo de aprendizagem, e o fim para o qual foram testados é muito específico e restrito (medição da aptidão musical segundo parâmetros muito específicos).

Além disso, se as razões apresentadas não fossem fortes o suficiente (como são), bastaria ler o que Gordon pensa acerca da utilização dos seus testes para seleccionar alunos. No seu site, Gordon é explícito ao dizer que os testes NÃO devem ser usados com este fim.

As suas palavras são: "It is NOT the purpose of aptitude testing to identify students for inclusion or exclusion in music activities."

Aqui fica o link para consulta.

3 comentários:

Mafalda disse...

Testes e sua utilização
O problema não está no teste mas sim na finalidade pretendida para o uso do teste.

É Gordon que diz que um teste de aptidão não deve ser utilizado para fins de selecção, até porque qualquer criança deve ter direito a usufruír de ensino musical.
No entanto também é Gordon que afirma que, não existindo outro método com fiabilidade igual ou superior a um teste de aptidão, en tão será melhor utilizar um teste deste tipo do que algo não estudado ou não validado.

O ideal seria que todas as crianças tivessem acesso a formação musical formal, de qualidade, após o que poderiam ser avaliadas as suas competências e vontade para a prática vocacional. Essa possibilidade ainda é inviável no nosso país, principalmente porque as oportunidades são muito diferentes em quantidade e qualidade.

Em face disso, e partindo do princípio que vamos escolher crianças em iguldade de circunstâncias (com a mesma formação(ou não) anterior, então o mais fiável é a utilização de um teste de aptidão.

Quanto à característica desenvolvimental da aptidão e ao facto de ela estagnar aos 9 anos (segundo Gordon mas não só, pois já Seashore o afirmava antes), deverá ser lida com atenção toda a teoria que o autor descreve, antes de afirmar que a aptidão pode "aumentar até aos 9 anos", pois isso só acontece mediante formação e caso contrário ele afirma que a aptidão diminui até essa idade.

Gostava de poder discutir mais este assunto, pois a selecção continua a ter que ser realizada.
Mafalda

Anónimo disse...

Sabiam que o Conservatório de Música da Calouste Gulbenkian utiliza apenas um teste auditivo baseado em Gordon para seleccionar as crianças com maior aptidão musical?
Não deixem de comentar este blog que pretende desmistificar toda esta polémica nesta instituição.

http://www.gulbenkianbraga.blogspot.com/

Anónimo disse...

Qual polémica?
A Gulbenkian faz o que mais ninguém consegue neste pais.
Forma com qualidade.
Os princípios da teoria de aprendizagem musical já deviam ser mais compreendidos e postos em pratica em Portugal. Continuo a ver professores a basearem o ensino na leitura e na imitação, para não falar naqueles inúteis que passam meia hora com as pobres criancinhas a desenhar claves de sol!!!!!
Viva O Gordon

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